sexta-feira, abril 19, 2024

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“A importância de um abraço”, por Jaime Telles

Foto Arquivo Pessoal

por Jaime Telles, membro do HIGO; poeta e compositor; locutor da Líder FM; orador do Teatro Alfredo Sigwalt e assessor do deputado federal Coronel Armando.

A iniciativa do abraço é atitude incompleta.

Que magia é aquela, em tão rápido contato e naquele aperto, quase sempre sutil?

Quisera encontrar palavras para sumarizar a amplitude de tão breve gesto, com seus múltiplos significados e sensações.

Valemo-nos do abraço até no sentido imaginário: “Mande um abraço para fulano. Abração a todos aí…” Como se tangível fosse. É que lhe imputamos valor, mesmo à distância, pois nos remete ao incomparável calor da presença. No entanto, nada como o corpo-a-corpo, quando as auras se fundem e emanam silenciosos sentimentos, já que palavras não tem tal alcance. Segundos bastam, para confortar um pranto, abafar uma saudade, enternecer uma amizade, festejar uma conquista, perdoar ou ser perdoado, comemorar um gol, acender uma paixão…

A força inimaginável do abraço é direito assegurado, sem restrições. Em todas as classes, castas ou credos, com criativas formas e estilos, beirando à ritual.

Mas, a iniciativa do abraço é atitude incompleta, porque carece de recíproca. Num reencontro de mãe e filho a sólida emoção costuma ser verdadeira para ambos. Poderia citar outros tantos exemplos. Porém, a essência do abraço está nos motivos e na intenção daquele que toma iniciativa, porque o faz na esperança de ser correspondido. Por vezes, tomado por ímpeto e motivação, alguém nem se importa se o outro corresponde ou não. Apenas abraça, aperta, sacode, vibra e segue, importando-se apenas consigo. Aí falta calor. Falta aquele calor com sinergia. Aquela brevidade quase eterna, que dá vontade de não soltar mais. Acolher e ser acolhido.

Eis que a pandemia nos peou desta e de muitas outras ações, desde Wuhan/ 2019, quando se avolumaram mundo afora, tristes sensações, com a angústia da dúvida, a dor da perda, o abalo da economia, além da ocultação do sorriso por de traz das máscaras, que também camuflam lágrimas.

Veio o tal distanciamento. Não imaginávamos que o simples contato físico faria tamanha falta. Um preço muito alto que abalou a rotina de famílias, empresas, cidades e nações.

O bom e velho abraço bem poderia ser o conforto, como dantes. Mas, nem isso. Pois o mesmo abraço de alívio e emoção poderia provocar sofrimento e morte. Na dúvida…melhor não!

Ó, Deus! Nunca sentimos tanta necessidade de abraçar.

A sufocada respiração só fazia aumentar a vontade de gritar, recostar nalgum ombro…abraçar, abraçar…e chorar.

Que lição!

Agora, com as emanações próprias dos festejos natalinos, devidamente vestidos de esperança e fé, rogamos aos céus a volta do abraço, com recíproco calor, oferecendo e aceitando as melhores energias, qual lança de luz, a transfixar nossas auras, cujo âmago e origem há de ser o Divino Sopro,  a energia Crística, capaz de irradiar os mais nobres auspícios por sobre a toda a Criação.

Boas festas.

Meu abraço de Feliz Natal.

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